Mito desvendado: as superbactérias que viveram na Lua


Por Letícia Resende


A ida do homem à Lua é assunto polêmico até hoje. Alguns juram ter provas de que tudo é mito, outros já tentaram provar que o mito é mito! Se você acredita, continue lendo.
Para aqueles que acham que o homem realmente pisou no satélite, um folclore parece ter sido desmentido, no entanto. O mito dos micróbios na Lua. O mistério gira em torno do pouso da Apollo 12 em solo lunar e a volta à Terra dos astronautas com uma câmera que fazia parte de um robô da NASA, o Surveyor 3.
Os astronautas Pete Conrad e Alan Bean aterrisaram na Lua em 1969, a 163 metros do Surveyor 3 que havia sido mandado para lá em 1967. A câmera do equipamento foi trazida de volta pelos dois americanos em ambiente esterilizado. Quando o objeto foi analisado, foram encontradas evidências de uma colônia da bactéria Streptococcus Mitis.
Na época, os astrobiólogos concluíram que cerca de 100 micróbios sobreviveram ao pouso, ao vácuo do espaço, quase três anos de exposição ao ambiente lunar e seu frio de cerca de 253ºC negativos, sem falar da falta de nutrientes, água ou fonte de energia. Mas, como?
Um time de cientistas da NASA decidiu rever a conclusão e parece que há um pouco de sujeira nessa história. “A alegação é de que as bactérias teriam sobrevivido é inconsistente, até para aquela época”, disse o diretor do comitê do Painel de Pesquisas Espaciais em Proteção Planetária (Committee on Space Research Panel on Planetary Protection), John Rummel. “Apesar dos próprios cientistas discordarem, o assunto virou notícia e foi disseminado pela imprensa e, agora, pela internet”, disse. Segundo Rummel, o time que analisou o Surveyor 3 achava que tinha encontrado um micróbio que sobreviveu na Lua, mas, na verdade, só encontrou traços da contaminação causada por eles mesmos.
Rummel e colegas publicaram o estudo: “Micróbio na Lua? O Surveyor III e as lições a serem aprendidas para o retorno de amostras no futuro”. Segundo o co-autor Don Morrison, eles analisaram até um vídeo gravado em de película 16 mm, na época. “As cenas não nos dão muita confiança em pensar que não houve contaminação”. Por exemplo, a equipe que estudou a câmera do Surveyor podia ser vista usando camisetas de mangas curtas, entre outras evidências.
Por um lado, Rummel explica que, hoje em dia, os cuidados ao manipular uma amostra especial são bem maiores, contudo, o incidente do Surveyor 3 pode servir de exemplo no futuro. “Nós precisamos ser muito mais cuidadosos com o controle de contaminação. Se não o fizermos, as amostras de Marte, por exemplo, pode ficar cheia de resquícios da Terra e podemos deixar de detectar importantes evidências sobre aquele planeta”, disse Rummel.
Pelo menos podemos ficar aliviados que os micróbios do Surveyor 3 não eram superbactérias.[LiveScience]

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