EUA expressam alarme com crise nuclear no Japão


O chefe da agência de regulação nuclear dos Estados Unidos, Gregory Jaczko, disse nesta quarta-feira que os danos na usina nuclear japonesa de Fukushima Daiichi parecem mais sérios do que o divulgado pelo Japão.
Em audiência no Congresso americano, em Washington, Jaczko afirmou que os esforços para resfriar os reatores da usina com água do mar para impedir que derretam estão falhando, e trabalhadores de emergência nos arredores da instalação podem ser expostos a uma radiação “potencialmente letal”.
“Acreditamos que ao redor do local do reator haja altos níveis de radiação”, disse ele.
A usina Fukushima Daiichi, no leste do Japão, foi seriamente danificada por um terremoto e um tsunami na última sexta-feira.
Para o secretário de Energia dos EUA, Steven Chu, a situação em Fukushima Daiichi parece mais séria que o derretimento parcial na usina nuclear de Three Mile Island na Pensilvânia, em 1979.
O Departamento de Estado americano pediu aos americanos que vivam a até 80 km da usina japonesa que deixem a área, perímetro muito mais abrangente que a zona de exclusão de 20 km aconselhada pelo governo japonês. Fukushima Daiichi está a 280 km da capital japonesa, Tóquio.
O Pentágono disse que está distribuindo pastilhas de iodeto de potássio ao soldados em suas bases militares no Japão, como medida de prevenção contra os efeitos da exposição ao material radioativo, e a Grã-Bretanha aconselhou seus cidadãos em Tóquio e ao norte da capital a deixar a região.
Danos
Também nesta quarta-feira, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, confirmou que três reatores da usina nuclear de Daiichi foram danificados pelas consecutivas explosões após o terremoto que atingiu o país.
O tremor e o tsunami que se seguiu a ele na sexta-feira provocaram panes no sistema de resfriamento dos reatores e aumentaram o risco de vazamentos de radiação.
"A situação na usina de Fukushima Daiichi é muito grave. Danos nos núcleos de três unidades, os reatores número 1, número 2 e número 3, foram confirmados. Mas não houve mudanças significativas desde ontem (terça-feira). Os núcleos permanecem cobertos”, disse Amano em uma coletiva.
“Não sabemos a situação exata nos recipientes dos reatores, mas a pressão de dentro se mantém acima da pressão atmosférica. Isso sugere que eles permanecem praticamente intactos."
O diretor da AIEA afirmou ainda que viajará ao Japão na quinta-feira e que, no momento, não é possível dizer que a situação nuclear esteja fora de controle no país.
Já o comissário de Energia da União Europeia, Günther Oettinger, disse em pronunciamento no Parlamento Europeu que "nas próximas horas, podem acontecer novos eventos catastróficos que poderiam ameaçar as vidas das pessoas" no Japão.
Embaixadas
O Ministério de Relações Exteriores do Japão pediu calma aos países que alertaram suas populações para deixarem ou não viajarem para o Japão por causa do temor de um acidente nuclear.
Segundo o governo, a situação está sob controle, mas diversos países se mostram alarmados.
Segundo a TV pública NHK, os governos do Iraque, Bahrein e Angola notificaram o Ministério nesta quarta-feira de que fechariam temporariamente suas embaixadas no Japão.

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