Limpando a Área 51

Em 1980, o governo autorizou um programa para remover solo irradiado dos arredores do Lago Groom. Fotos de satélite confirmam que equipes removeram quantidades imensas de sujeira da área. Cidades vizinhas informaram aumentos nos índices de câncer e muitas processaram o governo, alegando que os testes os deixaram doentes.

Outro perigo na Área 51 envolveu o descarte de veículos e tecnologias secretas. Na década de 80, equipes na Área 51 cavaram grandes buracos abertos e despejaram materiais tóxicos dentro deles. Eles queimaram os materiais usando combustível de jato e foram expostos a químicas e fumaças. De acordo com um processo judicial movido contra vários oficiais do governo, os trabalhadores solicitaram equipamento de segurança, como máscaras respiratórias, mas estes foram negados devido a questões orçamentárias. Quando eles perguntaram se poderiam levar seu próprio equipamento, seus superiores disseram que, por razões de segurança, eles não poderiam trazer equipamento externo para dentro da base. Muitos funcionários civis ficaram doentes devido à exposição e dois morreram. Helen Frost, viúva de Robert Frost, funcionário da Área 51, e vários funcionários do Lago Groom contrataram o advogado Jonathan Turley para mover o processo.

Um item interessante do processo e que desde então causou uma grande agitação nos círculos da Área 51, foi a apresentação de um manual de segurança não confidencial como evidência. Turley alegou que o manual não apenas provava a existência da base, mas também provava que o governo tinha consciência dos riscos da manipulação de resíduos perigosos e agiu com negligência quanto aos funcionários na Área 51. O governo classificou o manual como confidencial retroativamente e o Juiz Philip Pro não permitiu que ele fosse incluído como evidência. Você ainda pode encontrar esse manual na Internet. Alguns alegam que o manual é falso, porém, se esse for o caso, ele levanta a questão: por que o governo declararia um documento falso como informação confidencial?

O Presidente Bill Clinton assinou um Decreto Presidencial eximindo a Área 51 de regulamentação ambiental em setembro de 1995. Esse decreto é o reconhecimento mais formal da existência da Área 51 pelo governo. O decreto referia-se à Área 51 como "o local de operações da Força Aérea (em inglês) próximo do Lago Groom, Nevada." Posteriormente, o Juíz Pro encerrou o processo alegando que a investigação nos autos constituía uma brecha da segurança nacional. Turley alegou que isso abriu um perigoso precedente segundo o qual o governo agora poderia ocultar crimes usando a desculpa da segurança nacional. A política isenta o governo da responsabilidade pelas pessoas que ele representa. Mais litígio pode acontecer, particularmente agora que um manual de segurança similar não confidencial foi extraído de um site para a Base da Força Aérea de Robins, na Geórgia. O documento claramente indica os perigos da inalação de fumaças tóxicas, instruindo as equipes de emergência a ter o máximo cuidado e usar equipamento de proteção adequado. Desde então, o site removeu o documento com a explicação de que a pessoa o publicou equivocadamente. Algumas pessoas estão preocupadas com o fato de que agora as equipes de emergência não têm as informações vitais para enfrentar situações perigosas.

Atualmente, a Área 51 permite que a EPA (Agência de Proteção Ambiental) inspecione a instalação para garantir o cumprimento das exigências ambientais. Porém, todos os relatórios são confidenciais e não podem ser publicados. Muitos alegam que sem a publicação dos resultados, a instalação permanece isenta de responsabilidade. O decreto presidencial de Clinton permite que os relatórios permaneçam lacrados, apesar do fato de a lei exigir que tais relatórios sejam disponibilizados ao público. O Presidente deve renovar o decreto anualmente, e isso tem sido feito até hoje.

Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br
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